quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

- sem titulo - apenas um pensamento vago.

E ela morria de raiva quando sentia mais saudade do que precisava. Não apenas por achar exagerado e quase super-estimado, mas por que dessa forma, doía mais quando aquelas longas ausências apareciam.
Elas não estavam ali por falta de vontade de presença. Isso que talvez mais machucasse, mais ainda do que a saudade voluntariamente aumentada. É que ela sempre quis poder contornar esse enorme espaço, literal e metafórico, que existia entre eles algumas vezes. E em outras tão perto. Quem sabe não havia um meio termo, de espaço e saudade também.
Ela ainda morria de raiva quando por costume, convenção ou quem sabe por comodidade não dizia que aquilo era bom e que ela esperava que de uma forma qualquer, qualquer mesmo, não fosse acabar. Que se fosse mudar, mudasse o sentido, e não a intensidade. Como se ele pudesse um dia odiá-la de verdade, mas jamais deixasse se tornar apenas uma amizade comum. Também quando, pelos mesmos motivos, não apertava ele bem junto de si e dizia que era importante. Dava aquele desespero bom de não saber nada nunca.

@elisaroriz

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